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Refletindo sobre a leitura de um filósofo austríaco André Gorz, experimentei olhar de forma crítica a imposição sobre a população de um consumismo mecanizado. As necessidades de ter são embutidas na cultura de forma peculiar a fazer com que se acredite que obter, independente do que seja, é de extrema importância. Essa maneira intrínseca é tão eficaz que a sociedade não distingue o que realmente é necessário do que é superficial.

Perante esse quadro, de uma sociedade alienada, não se faz mais a análise do que realmente se quer, e esta influência embute o desejo tornando o consumo indispensável para o bem-estar. A inversão dos valores é fortemente reforçada diante de um quadro de que ter é ser mais, pois a sociedade avalia o que temos não o que somos.

A essência entre esta linha tênue está em saber quando a “vontade” é legítima ou quando foi imposta, e encontrá-la permitirá reger as necessidades de forma consciente, dando assim a possibilidade de se ter um divisor de águas na nossa existência.

Que tenhamos serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos mudar. Coragem para modificar as que podemos e sabedoria para distinguir umas das outras.

Lucilene Rubik